Recentemente, a propósito da "necessidade" de um aumento de 3% nas portagens, o nosso José Sócrates saiu-s e com esta "pérola"
"Espero que os portugueses compreendam que quando há uma evolução dos preços, quando muda o ano, há sempre aumentos e esses aumentos têm a ver com a inflação".
Curiosamente para este governo há sempre necessidade de aumentos nas taxas, nos impostos e nos preços dos bens e serviços, justficando-os com "a inflação". No entanto para os salários a coisa já é diferente, porque nunca há inflação (ou se há é tão pequena que ninguém repara. E por isso o governo impõe o congelamento salarial ou actualizações ridículas (1%) abaixo da taxa da inflação.
Este governo está assim a pôr em prática uma política dualista. Redução real dos salários dos trabalhadores e, paralelamente, aumento dos proveitos dos grandes grupos económicos que se apoderaram das empresas de prestação de serviços públicos essenciais (Água, Luz, Gás, Telecomunicações, Recolha de Resíduos,...) e que operam em sistema de monopólio ou de posição dominante.
A postura deste governo tem sido assim de ser forte com os fracos e fraco com os fortes.
sábado, novembro 25, 2006
domingo, novembro 12, 2006
O Ministério da Mistificação
O Ministro Pedro da Silva Pereira tem vindo a mostrar um excelente trabalho no seu ministério. O nome é que foi mal escolhido, uma vez que deveria chamar-se "Ministério da Mistificação". Articulando um discurso formalmente bem costruído, mas completamente oco e vazio de conteúdo, é capaz de falar durante uma hora seguida sem dizer nada de substancial e, ao mesmo tempo, evitar todas as questões incómodas. É interessante mas são demasiadas frases feitas e chavões.
Na "entrevista" concedida a Maria João Avillez disse que "os portugueses votaram maioritariamente neste programa de refomas". Nada mais falso. Os portugueses votaram no PS, mas na altura Sócrates nunca disse aos portugueses, no concreto, quais as reformas que pretendia fazer. E quando falou o que disse era exactamente o contrário do que depois fez no Governo. O ministro Silva Pereira foi fazer mais uma mistificação propagandística para encobrir o facto de que cada vez mais portugueses (incluindo muitos dos que votaram no PS) estão contra a política anti-social deste governo.
Na "entrevista" concedida a Maria João Avillez disse que "os portugueses votaram maioritariamente neste programa de refomas". Nada mais falso. Os portugueses votaram no PS, mas na altura Sócrates nunca disse aos portugueses, no concreto, quais as reformas que pretendia fazer. E quando falou o que disse era exactamente o contrário do que depois fez no Governo. O ministro Silva Pereira foi fazer mais uma mistificação propagandística para encobrir o facto de que cada vez mais portugueses (incluindo muitos dos que votaram no PS) estão contra a política anti-social deste governo.
domingo, novembro 05, 2006
O Regresso de António Ferro
No Público de hoje (5 de Novembro) publica-se um artigo, assinado por Ricardo Dias Félner, intitulado “A viagem mais louca de Sócrates” que pelo seu anacronismo chega a ser hilariante. Trata-se de um longo texto escrito no mais puro estilo do jornalismo agradecido, reverente e subserviente do poder.
O seu carácter anacrónico está na incrível semelhança (quase se poderia dizer “plágio”)das longas entrevistas que, nas longínquas décadas de 30 e 40, António Ferro publicava do género “Um dia com o Presidente do Conselho nos jardins de S. Bento”. Neste caso foi um dia com o primeiro-ministro a bordo dum avião.
Tudo o resto é uma mistura de propaganda política e pessoal do PM, jornalismo de tipo “cor-de-ros” e alguma publicidade à empresa proprietária do aparelho. Ao longo do artigo vão-se sucedendo as mensagens de pura propaganda pessoal do PM: “A presença do PM colocou alguma ordem na turba”, “o tema da conversa cinge-se quase sempre à governação”, “responde a tudo procurando esclarecer algns mal-entendidos recentes” (ou seja as medidas anti-sociais deste governo não existem, são apenas mal-entendidos), “absolutamente empenhado em explicar às pessoas que estes tempos difíceis são para bem do país” (embora os tempos não sejam difíceis para todos mas apenas para os mais pobres e mais fracos e para os que vivem apenas do seu salário), e muitos outros exemplos que tornam a sua leitura um exercício hilariante. Pelo meio ainda há tempo para uma inserção de publicidade aos serviços da companhia proprietária do avião.
Curiosamente (ou talvez não) ao longo deste artigo é utilizada várias vezes a palavra “Rumo”, o que vem de encontro às observações que o Bloguítica (link) já tinha feito sobre a possibilidade de uma crescente utilização deste termo futuramente em artigos noticiosos e de opinião.
Não podemos, após a leitura deste artigo pseudo-jornalístico, deixar de recordar e aplaudir o que ainda há pouco escreveu Batista Bastos no Jornal de Negócios (link).
O seu carácter anacrónico está na incrível semelhança (quase se poderia dizer “plágio”)das longas entrevistas que, nas longínquas décadas de 30 e 40, António Ferro publicava do género “Um dia com o Presidente do Conselho nos jardins de S. Bento”. Neste caso foi um dia com o primeiro-ministro a bordo dum avião.
Tudo o resto é uma mistura de propaganda política e pessoal do PM, jornalismo de tipo “cor-de-ros” e alguma publicidade à empresa proprietária do aparelho. Ao longo do artigo vão-se sucedendo as mensagens de pura propaganda pessoal do PM: “A presença do PM colocou alguma ordem na turba”, “o tema da conversa cinge-se quase sempre à governação”, “responde a tudo procurando esclarecer algns mal-entendidos recentes” (ou seja as medidas anti-sociais deste governo não existem, são apenas mal-entendidos), “absolutamente empenhado em explicar às pessoas que estes tempos difíceis são para bem do país” (embora os tempos não sejam difíceis para todos mas apenas para os mais pobres e mais fracos e para os que vivem apenas do seu salário), e muitos outros exemplos que tornam a sua leitura um exercício hilariante. Pelo meio ainda há tempo para uma inserção de publicidade aos serviços da companhia proprietária do avião.
Curiosamente (ou talvez não) ao longo deste artigo é utilizada várias vezes a palavra “Rumo”, o que vem de encontro às observações que o Bloguítica (link) já tinha feito sobre a possibilidade de uma crescente utilização deste termo futuramente em artigos noticiosos e de opinião.
Não podemos, após a leitura deste artigo pseudo-jornalístico, deixar de recordar e aplaudir o que ainda há pouco escreveu Batista Bastos no Jornal de Negócios (link).
sexta-feira, novembro 03, 2006
As "SCUTS" na Área Metropolitana do Porto
Alguém deve explicar ao sr. ministro Mário Lino que um dos sublanços da actual A28 que se pretende portajar (da Senhora da Hora a Leça da Palmeira já existe há 40 anos.
Que na mesma A28, entre o Porto e Perafita, não foi construída nenhuma nova SCUT, mas fez-se apenas o alargamento da antiga EN107 devido ao excessivo volume do trânsto. O mesmo aconteceu na actual A29, que não foi construída de raíz, mas sim sobre o alargamento da antiga EN109 devido aos permanentes engarrafamentos.
Que dizer que existem "vias alternativas" é uma grande mentira. A única alternativa são arruamentos de perfil urbano construídos no final do século XIX.
Que com esta proposta o único acesso ao aeroporto do Porto seria também portajado.
Já percebemos que o ministro Mário Lino tem uma má-vontade contra o Porto, conforme demonstra a sua actuação relativamente ao Metro do Porto. Estes lanços que se pretendem portajar foram construídos muito antes das SCUTS e já foram pagos.
Tudo o mais é atirar areia para os olhos.
Que na mesma A28, entre o Porto e Perafita, não foi construída nenhuma nova SCUT, mas fez-se apenas o alargamento da antiga EN107 devido ao excessivo volume do trânsto. O mesmo aconteceu na actual A29, que não foi construída de raíz, mas sim sobre o alargamento da antiga EN109 devido aos permanentes engarrafamentos.
Que dizer que existem "vias alternativas" é uma grande mentira. A única alternativa são arruamentos de perfil urbano construídos no final do século XIX.
Que com esta proposta o único acesso ao aeroporto do Porto seria também portajado.
Já percebemos que o ministro Mário Lino tem uma má-vontade contra o Porto, conforme demonstra a sua actuação relativamente ao Metro do Porto. Estes lanços que se pretendem portajar foram construídos muito antes das SCUTS e já foram pagos.
Tudo o mais é atirar areia para os olhos.
quinta-feira, novembro 02, 2006
O Caso Omri Evron
"Nego-me a servir no exército pois desta maneira protesto contra a prolongada ocupação militar do povo palestino. Esta desumana ocupação persiste, semeando o ódio e o terror entre os dois povos.
Nego-me a servir uma ideologia que não reconhece o direito dos povos à auto-determinação e à coexistência pacífica. Não estou disposto a contribuir para a opressão sistemática da população civil, para a implantação de um regime de apartheid nos territórios palestinos. Sinto profunda vergonha pela acção militar israelense nesses territórios e repugna-me a fome que se faz passar a muitos e as humilhações nos postos de controle.
Nego-me a servir de cobaia das indústrias do armamento, das grandes corporações, dos empreiteiros exploradores de todo tipo, que semeiam o racismo e que se servem de líderes cínicos para aumentar seus lucros à custa do sofrimento dos povos e da negacção dos direitos humanos mais básicos.
Nego-me a matar! Nego-me a ocupar!"
A carta é de Omri Evron, de Tel Aviv, que está sob prisão preventiva numa base militar. Evron, militante da Juventude Comunista, está sujeito a uma longa sentença. Decorrem manifestações de solidariedade para com o jovem em frente ao quartel onde está detido.
Nego-me a servir uma ideologia que não reconhece o direito dos povos à auto-determinação e à coexistência pacífica. Não estou disposto a contribuir para a opressão sistemática da população civil, para a implantação de um regime de apartheid nos territórios palestinos. Sinto profunda vergonha pela acção militar israelense nesses territórios e repugna-me a fome que se faz passar a muitos e as humilhações nos postos de controle.
Nego-me a servir de cobaia das indústrias do armamento, das grandes corporações, dos empreiteiros exploradores de todo tipo, que semeiam o racismo e que se servem de líderes cínicos para aumentar seus lucros à custa do sofrimento dos povos e da negacção dos direitos humanos mais básicos.
Nego-me a matar! Nego-me a ocupar!"
A carta é de Omri Evron, de Tel Aviv, que está sob prisão preventiva numa base militar. Evron, militante da Juventude Comunista, está sujeito a uma longa sentença. Decorrem manifestações de solidariedade para com o jovem em frente ao quartel onde está detido.
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