segunda-feira, setembro 25, 2006
Compromisso Portugal
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Aliás os seus remédios são simples mas já são velhos conhecidos. Consistem em despedir 200 000 trabalhadores da Administração Pública, sub-contratar estes serviços às suas empresas mas de maneira mais cara, redução dos salários dos trabalhadores em geral que passariam a ser vistos apenas como mão-de-obra descartável, redução ou extnção dos sistemas de segurança social (mais uma das formas de obrigar os trabalhadores a aceitar a redução dos salários), e muitas outras. No fundo o factor Capital reclama uma fatia cada vez maior da riqueza produzida pelo factor Trabalho e isso só poderá ser conseguido através da imposição da redução real dos salários. As propostas do "Compromisso Portugal" pretendem assim criar um ambiente político favorável a pôr em prática este gigantesco programa de retrocesso social. Há aqui todo um programa ideológico que pretende remeter-nos para regressar a sistemas de organização social e económica que há mais de 100 anos foram relegados para o caixote do lixo da história.
segunda-feira, setembro 18, 2006
Volver - O regresso de Pedro Almodovar
Pedro Almodovar afirma-se cada vez mais como um dos maiores cineastas actualidade, a par de nomes como Spike Lee ou Nanni Moretti. Depois de "La Mala Educación" com "Volver" volta a mergulhar nas memórias da infância e na Espanha profunda que persiste, mesmo em Madrid, debaixo da aparência de cosmopolitsmo da grande capital. Com interpretações fabulosas de Penelope Cruz e Carmem Maura, uma canção lindissima interpretada por Estrlla Morente, é sem dúvida um dos melhores filmes deste ano.
Blogues contra a hipocrisia
sexta-feira, setembro 15, 2006
O documentário "Loose Changes"
Acabei de assistir ao documentário "Loose Changes" que pasou hoje na RTP. Confesso que sempre fui muito céptico em relação à generalidade das "teorias da conspiração" que circulam por muitos sítios. Mas que muitas existem também é verdade.
As questões que levanta o filme são sem dúvida inquietantes e motivo de reflexão. É óbvio que não dispomos da informação suficiente para confirmar ou infirmar as hipóteses levantadas, mas também existem muitos aspectos que nunca foram devidamente esclarecidos. Apenas podemos avaliar a plausibilidade das hipóteses. Destaco duas questões que me intrigaram particularmente:
1. o súbio "desaparecimento" dos vestígios do alegado avião que embateu contra o Pentágono;
2. a rapidez e a forma como "implodiram" as torres.
Talvez daqui a muitos anos, quando for possível o acesso a documentos que se encontram classificados, seja possível esclarecer melhor este acontecimento que ainda a continua a ter aspectos muito obscuros. Bastante clara é , no entanto, a forma como se tem utilizado esta tragédia para a manipulação política por parte do núcleo neo-con e do complexo militar-industrial instalado na Casa Branca.
Mas para além das especulações sobre o 11/09 logo no início do documentário é apresentado um documento fundamental (sobre cuja veracidade não restam dúvidas) apresentado na década de 60 ao Secretário de Estado Robert McNamara, para encenar atentados terroristas (ou realizá-los mesmo, usando a estrutura operacional da CIA) como forma de arranjar o pretexto para a invasão de Cuba. É uma receita antiga, que tem sido usada em várias ocasiões pelo imperialismo para poder desenvolver a sua política de guerra contra os povos. Neste, e noutros casos, é sempre importante saber a quem aproveita o terrorismo para sabermos a sua origem e objectivos.
quinta-feira, setembro 14, 2006
terça-feira, setembro 12, 2006
A Revista Resistência (FARC-EP) presente em Estocolmo
Aqueles que se escandalizaram pela presença da Revista Resistência da Colômbia em Portugal, deveriam olhar mais para o Norte da Europa, seguindo o famoso "modelo nórdico". É que segundo notícias recentes as FARC estiveram no centro da capital da Suécia com uma "feira do livro" e uma exposição sobre a situação na Colômbia. Dizem que foi um sucesso. Será que depois de quase terem exigido um inquérito ao Ministério da Administração Interna vão agora também fazer um abaixo-assinado contra a Suécia? Sim porque aqui foi mesmo no centro da cidade e não num stand duma Festa.
Las Farc en el centro de Estocolmo
Las Farc y su revista Resistencia Internacional fueron el centro de atracción. A los pueblos les tiene sin cuidado las tristemente famosas ´listas de terroristas´de los Estados Unidos y de los gobiernos de la EU. "Los verdaderos y únicos terroristas tienen sus oficinas en los centros de poder imperial como Washington, Londres y otras grandes ciudades".
[ANNCOL]
Ler aqui: http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=2409
A Formação das FARC-EP
segunda-feira, setembro 11, 2006
Frases Reveladoras
Afirmas que eu comparei Pinochet a Mandela? Ora, nunca fiz isso e jamais o faria. Afinal de contas, Mandela cometeu atos de terrorismo, enquanto Pinochet combateu terroristas.Claudio Tellez Homepage 09.11.06 - 2:52 pm #
Às vezes uma pequena frase vale por mil palavras. Esta demonstra que, muitas vezes, por detrás do neoliberalismo económico se esconde o fascismo social e político. Ou de como num blogue dito "liberal" abundam os admiradores de Pinochet, da Junta Militar, da DINA e das execuções sumárias no estádio de Santiago.
domingo, setembro 10, 2006
Lido hoje no Público
Escândalo nas Forças Armadas na Colômbia
"(...) No dia 31 de Julho, a poucos dias da cerimónia de investidura do Presidente Alvaro Uribe, uma série de bombas explodiram em Bogotá matando um civil e ferindo dez soldados. As autoridades acusaram então as FARC. Mas os autores tinham sido os militares.(...)"
Ou seja o Exército organiza atentados terroristas para depois poder vir acusar as FARC. Mas sobre isto o Tugir , o Kontratempos, o Canhoto e demais insurgentes e blasfemos, nem tugem nem mugem. É a memória selectiva.
sábado, setembro 09, 2006
O que alguns não dizem
Para isso têm que branquear o regime de Uribe e silenciar a realidade social e política da Colômbia onde, com a cumplicidade do Estado, actuam abertamente os "Esquadrões da Morte".
Mais um caso de que eles não falam:
Asesinan otro militante comunista
Reactivado la persecución al Partido Comunista Colombiano: El cuerpo del militante comunista Carlos Arciniegas de Puerto Wilches, Santander ha sido encontrado con señales de crueles torturas.El crimen se atribuye a los grupos paramilitares legalizados que con el aval del gobierno de Álvaro Uribe actúan abiertamente en la región.
[Athemay Sterling, DPDH] En diciembre de 2005 fue asesinado el dirigente comunista Carlos Arturo Diaz en el Tolima, en enero de 2006 se reactiva la persecución al Partido Comunista Colombiano con el asesinato de Carlos Arciniegas en Puerto Wilches Santander.
(Ler noticia integral aqui: http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=1720)
quarta-feira, setembro 06, 2006
A guerra esquecida da Colômbia - Mais um assassinato
6 DE SETEMBRO DE 2006 - 10h04
Líder político comunista é assassinado na Colômbia
"Edgar Emiro Fajardo Marulanda, de 48 anos, professor universitário, dirigente do Partido Comunista Colombiano e ativista do Pólo Democrático Alternativo, foi assassinado no último dia 1º de setembro, em Bogotá, em circunstâncias consideradas estranhas por seus familiares e outras lideranças partidárias.
O comunista foi alvejado por diversos tiros momentos na entrada do conjunto residencial onde vivia e veio a falecer depois de algumas horas, já no hospital. Para seus familiares, a eficiência no modo como o crime foi feito reforça as suspeitas de crime político, com a participação do Estado colombiano na ação.
Edgar era irmão de Nelson Fajardo, membro do Comitê Central do Partido Comunista Colombiano e também professor em diversas universidades do país.
Em sua página na internet, o Partido Comunista Colombiano lembra que a morte de Fajardo não é um caso isolado e conclama a população a não denunciar todo e qualquer tipo de violação de direito. Por ironia, o assassinato de Fajardo coincide com o início da ''Semana Pela Paz na Colômbia'', movimento organizado desde 1988 pela Rede de Iniciativas Cidadãs Contra a Guerra e Pela Paz.
Além da morte do líder comunista, seus assassinos acabaram vitimando também um outro jovem (morador do mesmo condomínio de Fajardo), que teria, por infortúnio, testemunhado o crime."
Fonte: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=7176
´Não deixa de ser curioso que os mesmos que ficaram tão incomodados com a presença duma bandeira das FARC permaneçam silenciosos perante os crimes que os grupos paramilitares e as milícias privadas, ao serviço da oligarquia colombiana, com o apoio e cumplicidade do governo, perpetram diariamente contra o povo colombiano.
Existe há décadas uma situação de grande violência contra o povo promovida pelas oligarquias, apoiadas em grupos paramilitares (verdadeiros exércitos privados de tipo feudal) e que promovem a "guerra suja" com a cumplicidade do Estado e do Exército.Milhares de dirigentes políticos, sindicalistas e camponeses foram assassinados nas últimas duas décadas. Embora noutra escala, a guerra suja prossegue nos dias de hoje. Desde a subida ao poder de Uribe, em 2002, perto de 140 comunistas foram mortos. Só em 2005, 70 sindicalistas colombianos pereceram, vítimas da política de terra queimada das classes dominantes. No país que a oligarquia designa de «democracia mais antiga» do sub-continente, a situação humanitária é calamitosa. Existem mais de três milhões de deslocados, milhares de prisioneiros políticos. A tortura é uma prática comum desta «democracia» onde a esmagadora maioria dos crimes contra a humanidade e de genocídio da responsabilidade dos paramilitares e do Estado, permanecem na completa impunidade, e onde a polarização social é acentuada.