Passaran no dia 14 de Agosto 50 anos sobre a morte de um dos principais dramaturgos do século XX. As obras que nos legou são, vistas à luz do mundo contemporâneo saído da "Nova Ordem Capitalista" duma actualidade impressionante. Todos os seus traços estruturais, em obras como "Mãe Coragem", "Mahagony" ou "Ópera dos 3 Vinténs" estão aí presentes. E há também a música genial de Kurt Weill que acompanha a maior partes das suas peças.
Dos vários textos de Brecht (para além daquele que abre o blogue) escolhi este que me toca particlarmente:
Elogio da Dialéctica
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha?
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
quinta-feira, agosto 17, 2006
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