sábado, março 17, 2007

Justiça de Classe ou a Injustiça das Leis e dos Tribunais

Os trabalhadores da antiga Companhia Portuguesa do Cobre (Porto) conheceram finalmente o desfecho dum logo processo, que se arrastou nos tribunais durante quase dez anos. Encerrada em 1997, esta antiga empresa metalúrgica deixou cerca de 150 trabalhadores com seis meses de salários em atraso.
Durante dez anos os retantes credores, nomeadamente a banca (principalmente a Caixa Geral de Depósitos) tudo fizeram para impedir que os salários em atraso dos trabalhadores tivessem prioridade na liquidação da masa falida da empresa. Com recursos constantes aos tribunais e diversas manobras dilatórias, a Banca foi jogando o seu peso económico nos tribunais e impedindo que o processo tivesse um desfecho mais célere.
Hoje finalmente conheceu-se o desfecho deste processo. O tribunal deu prioridade aos créditos da Banca e o que sobrou para pagar os salários aos trabalhadores não chegou a 10% do valor dos salários em dívida. Os 150 antigos trabalhadores da Companhia Portuguesa do Cobre viram assim os seus diretos espezinhados devido à aplicação duma lei profundamente injusta, feita para beneficiar os detentores de hipotecas, em prejuízo da parte mais fraca que ficou na miséria e acabou por saber, passados quase dez anos, que não lhe seria feita justiça.
Aqui se demonstra como a sociedade capitalista se mascara através de leis feitas expressamente para beneficiarem certos lobbies. Não existe Justiça mas apenas uma mera aplicação da "justiça de classe".
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